RETROCOGNIÇÃO


Por Cynthia Marsola

É um fenômeno parapsíquico que pode ocorrer espontaneamente ou induzido. Também conhecida como regressão de memórias ou regressão à vidas passadas. O indivíduo lembra de fatos, pessoas, experiências ou cenas que encontram-se além da memória física cerebral - possibilitando a auto-conscientização.

Segundo Netherton (1997), esta abordagem terápica (vida passada), nada tem a ver com crenças religiosas e o paciente não precisa aceitar mais do que o procedimento em si para que funcione.(...)

A terapia de vida passada pode ajudar o indivíduo a perceber de onde vem o apego à doença, possibilitando-lhe libertar-se dela. É também muito eficiente em localizar dores físicas.
A dor é uma experiência subjetiva, determinado mal pode sofrer um paciente muito mais do que em outro. Esta terapia demonstra que a dor física está ligada a experiências de vidas anteriores.

(...) É um método terapêutico. Não está, de modo algum, associado ao ocultismo, exceto quanto ao fato de compartilhar da possibilidade de reencarnação.(...)

No decurso do mecanismo de revelação do passado, o paciente fica inteiramente cônscio do que ocorre e pode processar as informações que o inconsciente reproduz.

O objetivo desta terapia é unicamente ajudar as pessoas a lidar com a realidade das suas vidas AQUI e AGORA.(...)

Já para Hans (1997), esta abordagem possui como meta a CATARSE (é uma liberação que conduz a uma paz emocional e intelectual), (...) trás declarações verbais, imaginações, sentimentos e sensações somáticas.

(...) Como base de investigação esta terapia foi pouco pesquisada. Johannes Cladder publicou material interessante sobre terapia de vidas passadas em fobias (1986), Helen Wambach fez um estudo com 26 terapeutas desta técnica (1986), e no BRASIL, Ney Peres avaliou, em (1983), os resultados da terapia da reencarnação.

No Brasil, de 43 pacientes, 35 foram a uma vida passada e oito não. Após uma média de 17 sessões, 13 tratamentos foram bem-sucedidos, três terminaram sem resultado após uma média de seis sessões, 11 pacientes interromperam o tratamento após uma média de três sessões e 13 ainda estavam em tratamento na época da pesquisa. (...) Não existe uma correlação entre acreditar ou não na reencarnação e entrar ou não em uma vida passada. (...)

(...) A pesquisa mais importante até hoje (data do livro, 1997) foi realizada por Winafred Lucas, que mostrou que durante uma terapia de vida passada eficaz, paciente e terapeuta exibem um padrão de onda cerebral que é maior em beta e delta, simultaneamente, e baixo em alfa e teta.

Para Woolger (2008), o propósito de se contar a história de vidas passadas é fazer o sofrimento neurótico do indivíduo voltar às suas autênticas raízes psíquicas, de modo que ele possa desligar-se das situações atuais das quais não faz realmente parte.(...)

O autor ainda complementa, no plano da consciência integral, todas as vidas passadas estão presentes para o Self e todos os papéis são conhecidos como aspectos do Self. Os papéis do bem e do mal existem, mas apenas como partes de um drama maior, não como absolutos em si. Não podemos ter um universo sem bem e mal, assim como não podemos ter um universo sem altura ou profundidade, como Ananda K. Coomaraswamy disse certa vez. Estes são os eixos da realidade espiritual e fenomenal. Eles criam a tensão dinâmica dos opostos, necessária para a realidade criada tomar consciência de si.

Referências:

- Netherton, Morris – Vida Passada: uma abordagem psicoterápica / tradução de Angenor Mello Pegado e Thereza dos Reis. São Paulo. Summus, 1997.

- TenDam, Hans – Cura Profunda / tradução de Patrícia Fischer. São Paulo. Summus, 1997.

- Woolger, Roger. J. - As Várias Vidas da Alma / tradução de Dinah de Abreu Azevedo. São Paulo. Cultrix, ed.7, 2008.

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